terça-feira, 12 de agosto de 2008

VIDA AOS FRACOS TAMBEM



Não faz muito tempo que encontrei pelas ruas da nossa cidade uma jovenzinha em uma situação extremamente humilhante, tal jovem levava consigo um bebê sob o sol escaldante, tentava ganhar um dinheirinho para se manter ou quem sabe conseguir condições para comprar o leite da criança. Olhando para situações assim, muitas vezes deixamos ser levados por pensamentos de discriminação e, filosofando, chegamos a fazer tantas especulações. Há uma gama enorme de pessoas que ligam a situação atual do individuo aos atos que tal cometeu no passado. Tais pessoas se esforçam para explicar o motivo de tanto sofrimento alheio usando frases como esta “era isso que ela merecia, pois não se cuidou, ficou se envolvendo com qualquer um, veja o que aconteceu”. Frases parecidas com esta são pronunciadas frequentemente no nosso dia a dia, e não sejamos hipócritas em dizer que isso não acontece perto da gente ou em nossa família.

Na maior parte das vezes fomentamos a ideologia de que os fracos merecem o pior e os fortes sempre merecem o melhor, cada vez mais e mais se aproximando de um conceito filosófico definido por um pensamento como este “morte ao fraco e vida ao forte” quantas injustiças foram feitas no mundo por pessoas que desenvolveram pensamentos complexos, pensamentos que davam lugar a práticas horríficas como assassinatos de recém nascidos. Bebês que nasciam com deficiências físicas, ou sem uma aparência saudável eram mortos, ou abandonados a margem da sociedade, quando tinham um pouco de sorte eram adotados por mendigos com propósito de mais tarde lhes usar como fonte de renda lhes fazendo mendigar, mexendo com o emocional de alguns cidadãos, pois podiam pensar que o mendigo deficiente podia ser o seu filho que foi abandonado.

Para Deus os fracos não devem morrer e nem merecem a morte pelo o fato de terem praticado ações que evidenciam fraquezas, o Senhor da uma oportunidade de reabilitação para todos. Uma mulher foi encontrada em fragrante no ato de adultério, os escribas e fariseus levaram a mulher a Jesus para que fosse julgada por Ele, claro que por traz deste ato havia a intenção de colocarem o Senhor em uma armadilha, a lei mosaica condenava o que foi apanhado em adultério a morte.

Os perseguidores de Jesus queriam que Ele tomasse uma posição, na mente deles eles tinham elaborado uma armadilha perfeita, qualquer posição que Cristo tomasse seria uma prova grave que teriam contra Cristo, se o Senhor dissesse matem a mulher, podiam acusar a Cristo de ter desrespeitado as autoridades romanas, pois Israel estava sob o poder do império romano e não se podia condenar alguém a morte sem a autorização das autoridades romanas, se Cristo dissesse não matem a mulher, acusariam a Cristo de contrariar a lei mosaica, porém o Senhor Jesus se preocupou com aquela mulher e demonstrou que aquelas testemunhas que estavam ali não tinham condições de condenar ninguém, e não eram dignas de atirarem uma pedra sequer contra aquela mulher que foi pega em um momento de fraqueza dela.

Jesus não defendeu o pecado daquela mulher, todavia teve misericórdia de uma pessoa a qual todos estavam desprezando e humilhando, Ele não deixou que ninguém tocasse naquela mulher para lhe fazer mal, porem aconselhou-a dizendo “vai e não peques mais”, isso é uma evidencia de que o Senhor não aprova ações equivocadas, no entanto ama o ser humano, e por mais fraco que seja o homem o Senhor lhe estende a mão e lhe da uma nova oportunidade.

Marciel Gama (Ministro do Evangelho na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, professor de teologia no IBADEP, acadêmico do curso de Administração)