sexta-feira, 28 de março de 2008

O CORDEIRO MORRE, O PRIMOGÊNITO VIVE


Era uma semana especial, comemorava-se a semana da páscoa, os alunos da 7ª série que faziam parte da minha turma no ano de 1996, na escola Pedro Gonzaga na cidade de Serra dos Aimorés em Minas Gerais estavam divididos em grupos para fazerem um trabalho na matéria de português sobre a páscoa. O trabalho era apresentar em forma teatral o que a páscoa significava. O grupo o qual eu fazia parte se reuniu para fazer o trabalho, lembro-me que sugeri que fizéssemos uma peça teatral com o conteúdo da história da páscoa dos hebreus, apresentando como aconteceu a primeira páscoa. Vários grupos apresentaram idéias de coelhinhos da páscoa, e de que a páscoa era sinônimo de famílias reunidas diante de uma ceia linda, com chocolates a vontade para todo mundo, porém quando o nosso grupo apresentou nossa peça teatral, a sala se comoveu com a mensagem tão real e arrebatadora que a palavra páscoa transmite quando a entendemos, era novidade para muitos alunos ali. Durante a apresentação pude notar que algumas lágrimas rolavam no rosto da professora emocionada com a mensagem que foi proliferada pelo o grupo de teatro.


Ganhar chocolates não é uma idéia ruim, claro que quem ganha deve se controlar na quantia que irá comer e não se deve exagerar, recordo de ter dado certa vez em uma data especial uma cesta de chocolate como presente, a pessoa que recebeu o presente no outro dia me ligou dizendo que adorou o presente mais ficara doente por ter comido chocolates demais. Será que todas as pessoas que comemoram a páscoa sabem o que realmente é a Páscoa?


A páscoa começou a existir como uma festa de comemoração feita pelo os hebreus, onde se comemorava a liberdade que obtiveram do poder do império egípcio, e como o Senhor havia lhes poupado conservando suas vidas. Deus de forma sobrenatural milagrosamente tirou os israelitas do Egito, e a partir daí louvavam a Deus e agradeciam a Ele por essa proeza que realizou pelo o seu povo. Na festa da Páscoa era servida uma refeição sacrificial que podia ser um cordeiro assado ou um cabrito, um pão sem fermento e ervas amargas.


As ervas amargas que eram servidas na festa da páscoa simbolizavam os momentos de amargura que Israel passou no Egito. Quando a família de Jacó foi habitar nas terras egípcias fugindo da fome, tudo estava bem, José filho de Jacó era uma autoridade influente no Egito, porém se passaram aproximadamente quatrocentos anos até a história de Moisés começar, e aqueles hebreus que tinham ido morar no Egito não era, mais uma família com apenas setenta pessoas, mas sim uma grande nação com seiscentos mil homens contados fora mulheres e crianças. As autoridades egípcias temiam que essa nação se rebelasse contra o Egito e se aliasse com algum inimigo egípcio, assim escravizavam os israelitas e tentando controlar a natalidade da população hebraica mandavam matar os recém nascidos com propósito de que a nação não crescesse. Os israelitas passaram por momentos de muita angústia e sofrimento.


Na festa da páscoa o povo hebreu agradecia ao Senhor por ter lhes libertado de toda a maldade pela qual foram vítimas no Egito. Podemos também adotar essa forma de comemorar a páscoa. Recordar os momentos amargos e tristes que passamos, e contemplar a providência de Deus de forma peculiar na nossa história, como o Senhor tem nos feito felizes hoje. Você já parou para agradecer a Deus por Ele ter te livrado de alguma situação amarga?


O cordeiro ou cabrito assado simbolizava o livramento que Deus tinha dado para o povo através de um cordeiro que foi morto. O cordeiro pascoal foi morto um pouco antes da saída dos israelitas do Egito. A mortandade veio como praga sobre todos primogênitos que habitavam no Egito, porém a casa que tivesse os umbrais das portas coberto com o sangue de um cordeiro, seria poupada e ninguém morreria nessa casa. O cordeiro tinha que ser assado e não podia ser cozido, o fogo sempre representou uma espécie de juízo. Esse cordeiro também pode ser analisado como um tipo de Cristo, ou seja, assim como muitos na primeira páscoa da história escaparam da morte por terem um substituto que morreu em seu lugar; o cordeiro pascoal, o homem também pode ser livre da morte, através do sacrifício de Cristo; o cordeiro Pascoal de toda humanidade, este foi o substituto de todos os homens sendo morto em uma cruz ao receber uma sentença de morte em nosso lugar. Comemorar a Páscoa é aceitar que a nossa vida pertence ao Senhor e que somos conservados em vida através do seu poder, devemos louvar ao Senhor pela sua salvação e ser gratos a Ele pela a sua misericórdia.


O pão sem fermento servido na páscoa significava a pureza da vida de Cristo. Uma vida sem levedura, sem mancha, sem pecado. Cristo foi o exemplo de pureza para todos, Ele só fez o bem, e veio trazer a paz para aquele que Nele Crê. Não podemos viver um cristianismo somente de palavras, mas devemos levar a sério o nome “Cristão”. Ser um Cristão significa ser um seguidor de Cristo, e para seguir o exemplo de Cristo se deve afastar de todo o mal, deixar que o Senhor venha reinar sobre nós e trazer a paz.

Marciel Gama (Ministro do Evangelho na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, professor de teologia no IBADEP, acadêmico do curso de Administração)